Calou-se.


Calou-se como quando o sol se põe no horizonte e vem a noite, fria e escura. A garganta travou e só mais um suspiro. Calou-se novamente. Como quando uma árvore no fim da tarde depois daquela leve brisa, como um algodão tocando o rosto. Calou-se não apenas porque não tinha mais o que dizer, pois em sua cabeça, sabia que a alma gritava naquele amontoado de palavras não ditas, que agora, em seu ímpeto, não faziam mais sentido. Porém, seus olhos atropelados pelas frases continuavam falando, e alto. Mas não poderiam mais ser escutados. E sem querer aceitar, calou-se pela última vez, pois sabia que aquele último olhar, seria o fim.

Nenhum comentário: