Temos a
palavra “rotina” como se fosse algo que acontecesse todo dia e sempre nos
mesmos horários. Na verdade, essa definição não está errada, acredito que o
erro esteja quando dizem que se as coisas “entram na rotina”, ela se torna
chata, monótona, costumeira... Mas pensando sobre o assunto, conclui que quando
algo vira rotina, nós nos acostumamos e se não acontece começamos a sentir
falta dela. É bom viver na rotina porque sabemos que naquele horário, aquela
pessoa vai te ligar; que naquele dia, depois da aula, eles vão se ver; que no
momento em que a música tocar, vão se lembrar de alguma passagem; que depois da
última ligação do dia, tem a mensagem no celular; que quando eles se veem, tem
o encontro longo de dois olhares que simplesmente falam coisas que são
impossíveis decifrar; que antes de dormir, eles vão sim, se encontrar em
pensamento; que quando eles combinam de sair, vão colocar as mesmas cores de
roupa, porque eles vivem em sintonia (por mais que os outros não acreditem
nisso e apostam que sempre combinam, pois estão enganadíssimos); que antes
mesmo da frase ser terminada, tem o interrogativo “porque?”; que ela tem um
lugar de encaixe; que todo dia cabe o infinito entre os dedos, “desse tamanho”.
Ninguém consegue explicar, tão pouco entender. Mas é rotina que ela completa
ele e vice-versa.
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