Faz uns dias já que o sol não aparece por aqui. É
ruim acordar na madrugada com aquele vento gelado invadindo meu quarto. Volto
dormir e cedo outro sopro passa pelo meu cabelo fazendo cócegas no rosto. -
Acordo. Levanto. Preparo um cappuccino, vou à janela e lá está: mais uma manhã
fria e sem graça nesse outono de saudade; infelizmente. Saudade do inverno na
minha casa, onde o sol brilha todas as manhãs, se infiltrando pelas bordas da
janela e atravessando a cortina de um rosa transparente, clareando o quarto com
sua alegria quente. Saudade do cheiro do chimarrão sendo preparado com toda
pompa, do barulho de pratos e xícaras sendo postos sobre a mesa, do cheiro do
pão de queijo, das mãozinhas do meu irmão na porta do meu quarto me acordando.
Saudade do sorriso gostoso de criança, do “bom dia” doce do meu pai e do beijo
carinhoso da minha mãe. Essas férias que nunca chegam... Quanto menos dias
faltam, mais as horas se prolongam. E o pior de tudo é saber que quando esses
dias chegarem, num piscar de olhos, eles vão passar. Mas vai ser bom, como tudo
é com eles.
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